O IBGE apresentou nesta quarta-feira (28) os dados do Censo 2022 coletados no município de Santa Cruz.
A apresentação ocorreu na Câmara de Vereadores na Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo (REPAC).
O coordenador de subárea do Censo para as regiões Trairi e Seridó, Tonny Medeiros, coordenou os trabalhos.
Os dados que mais chamaram atenção foram que, nos últimos 12 anos, Santa Cruz teve aumento significativo no número de domicílios, mas pequena alteração populacional.
Santa Cruz tem, segundo dados do IBGE, uma população de 36.356 habitantes.
Como foi feita uma estimativa em todos os municípios, baseada nos domicílios em que as pessoas recusaram ser entrevistadas ou que estavam fechados, o IBGE estimou que a população santa-cruzense é de 37.232 habitantes. Esse número foi repassado ao Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Para se ter uma ideia, segundo o Censo 2022, Santa Cruz cresceu pouco mais de 500 habitantes comparado ao Censo de 2010, quando tinha 35.759 habitantes, o que causou estranheza, pois a cidade cresce bastante, mas a população se manteve, praticamente, estável.
Já se a comparação for entre a estimativa apresentada pelo próprio IBGE para a população de Santa Cruz em 2021 e os dados do Censo 2022, Santa Cruz teve diminuição populacional de pouco mais de 3 mil habitantes.
O IBGE estimou para Santa Cruz uma população de 40.295 habitantes no ano passado, mas segundo o Censo, a estimativa para 2022 foi de 37.232 moradores, são 3.063 pessoas a menos.
Já, no que se refere a domicílios, Santa Cruz aumentou mais de 5 mil, na comparação entre os dois Censos.
Em 2010, Santa Cruz tinha 11.768 domicílios. Já em 2022 esse número chegou a 17.040 domicílios. Desses, em 318 não houve coleta por diversos motivos como o domicílio estar fechado, ou o morador se recusou a ser entrevistado, entre outras situações.
O coordenador do Censo na região, Tonny Medeiros, explica que o que aconteceu em Santa Cruz é o mesmo que está acontecendo nas maiores cidades brasileiras, uma diminuição da densidade demográfica, com as pessoas saindo das casas de seus pais, formando família, mas com uma quantidade menor de pessoas, por isso o aumento da população não se refletiu no aumento dos domicílios.
Ele ainda explicou que Santa Cruz se tornou uma cidade turística e universitária, e o aumento de domicílios está atrelado ao aumento da presença de pessoas temporariamente na cidade, que residem durante a semana, mas que não são moradores fixos do município.
Os dados são também preocupantes, pois a maior parte dos municípios podem perder recursos, pois serão rebaixados na cota do FPM, como é o caso de Santa Cruz que, por cerca de 100 habitantes a menos, está deixando o nível 1.8 para 1.6, se o TCU manter a tabela do ano passado.
Isso significa perda de recursos para os serviços básicos da população, como saúde, educação, assistência social, entre outros.
Os dados são bastantes controversos e deixa margens para várias interpretações sobre a quantidade populacional, que apresenta um número diferente da realidade vivenciada pela população santa-cruzense em seu dia a dia.
Quem ainda não foi recenseado, pode entrar em contato com o IBGE pelo telefone 137 e repassar os dados para a instituição, pois será extremamente importante para o município a garantia da população correta.